domingo, 31 de maio de 2009

Bg Desmor Nexen Dragão Crômatico azul



Desmor tinha apenas 9 anos de idade quando a tragedia abateu-se sobre sua vida, A guerra, que já durava alguns anos, finalmente chegara ao seu povoado trazendo fome, doenças e devastação. Sendo o povoado pequeno e com a maioria de seus moradores vivendo da agricultura, todos os homens e meninos que pudessem portar armas foram convocados, deixando para traz uma cidade de mulheres, crianças e velhos, totalmente indefesa. Num sombrio dia de outono, quando haviam se passado exatamente dois anos desde que os homens haviam ido para os campos de batalha, a cidade foi invadida, pilhada e incendiada até a ultima casa, Não sobrou pedra sobre pedra. Todos os moradores foram impiedosamente assassinados e desmor, muito ferido entre as vitimas, foi tido como morto. Apos quase um dia inteiro de inconsciencia, desmor recobra os sentidos para se encontrar no meio de uma pilha fétida de cadaveres. Ainda muito ferido ele se arrasta para fora desse quadro de horror e olha em volta. O que ele vê lhe traz calafrios e desespero; da cidade só restavam pilhas de escombros e fumaça negra saindo das casas incendiadas. Desesperado, o menino inicia a triste tarefa de tentar encontrar seus familiares e amigos. Um a um ele encontra os seus corpos e de cada um ele se despede com lagrimas nos olhos. Não podia permanecer ali e também não podia dar um enterro aos seus mortos, ele ainda estava muito enfraquecido pelos ferimentos e os soldados poderiam voltar a qualquer momento.
Os dias e meses se passaram enquanto o menino vagava pelas florestas tentando achar um lugar seguro para ficar. Vivendo de plantas, frutos e raizes que colhia pelo caminho, desmor ocasionalmente deparava-se com algum povoado onde efetuava pequenos furtos de alimentos. Bebia a agua da chuva e dos córregos que encontrava e dormia em cavernas ou a ceu aberto, coberto pelas folhagens que se acumulavam no chão. Não tinha noção do tempo nem do espaço que já havia percorrido, só sabia que tinha que continuar em frente, sem confiar em ninguém, até que se sentisse totalmente seguro.
As estações foram mudando e o inverno já se fazia anunciar, tornando a viagem de desmor uma penosa experiencia. Suas roupas transformaram-se em trapos que mal davam para cobrir seu corpo e, apesar da fome constante que o assolava, desmor crescia a olhos vistos. Apos um dia de buscas infrutiferas ele desaba no chão, proximo a uma caverna que encontrara e estava utilizando como abrigo. A noite já estava avançada quando desmor despertou com a sensacão de que estava sendo observado. Procurou por um pouco de luz mas não encontrou, não havia lua nem estrelas no céu e todos os seus poucos pertences estavam dentro da caverna. Munindo-se de coragem e impulsionado pelo medo ele se levantou e correu para dentro do abrigo, tateando no escuro a pocura das pedras que utilizava para fazer fogo. Com um suspiro de alivio encontrau-as e começou a tarefa de fazer uma fogueira para trazer um pouco de luz aquela noite de breu e silencio. O fogo comecava a crepitar e iluminar os cantos da caverna enquanto desmor assoprava a fogueira com medo de que as chamas morressem, fazendo com que a escuridão opressiva mais uma vez arrastassem o mundo para dentro de seu dominio. De repente ele novamente sentiu que esta sendo observado, só que dessa vez a sensaçao era mais proxima, mais intensa. Levantou os olhos e, entre as labaredas que se levantavam do fogo, do outro lado da caverna, ele viu aquela criatura toda de negro, com rosto sombrio e olhos encovados, olhando-o com uma curiosidade incomum. Apavorado desmor tentou fugir porem descobriu que nao conseguia se mover e tampouco falar; tinha certeza de que sua hora chegara e que a Morte havia vindo lhe buscar.
A criatura da noite que desmor confundira com a Morte era um Necromante, que naquele dia estava retornando para sua base quando, de repente, avistou aquela criança suja, maltrapilha e solitária travando uma luta de sobrevivencia em meio ao Caos. A curiosidade inicial se transformou em interesse ao perceber no menino uma potencial possibilidade. Nessa noite deu-se inicio para desmor a longa viagem que o levaria a abraçar o mundo de magia negra dos Undeads para mais tarde abandoná-lo, mudando radicalmente seu destino.
O reduto dos Undeads ficava dentro de um cemitério, num lugar perdido no tempo chamado Darkness Fall. A principio desmor trabalhou limpando o castelo, os laboratorios e os delicados instrumentos de trabalho dos necromantes. Sendo pessoa de poucas palavras e de natureza introvertida logo começou a ser apreciado pelos undeads que habitavam a propriedade. Os anos foram se passando e desmor cada vez ganhava mais a confiança de seus mestres, tendo por eles sido iniciado nos mistérios da necromancia e do mundo dos mortos-vivos. Agora era um homem, já havia deixado para tras aquele menino fraco e amedrontado mas tinha mantido sua personalidade reservada e arredia que por sinal, se encaixava perfeitamente na sociedade dos Undeads. Gostava da companhia dos necromantes, apreciava o trabalho que fazia mas, realmente, não se sentia parte do grupo. Estava faltando alguma coisa, ele sabia que sim, porém não conseguia descobrir o que era.
Um dia, desmor caminhava taciturno em direçao ao castelo dos Undeads quando percebeu que alguem o observava. Tinha recordação de haver tido essa mesma sensação antes, há muito tempo atrás, só que dessa vez sua reação foi diferente, não houve receio de sua parte. Virou-se para confrontar seu observador e surpreendeu-se ao deparar-se com uma jovem dragonesa que, do alto de uma caverna, olhava para ele com seus enormes e brilhantes olhos azuis. Ele já havia visto dragões antes sobrevoando os céus de Darkness Fall mas nunca havia chegado tão perto de um deles. Dragões eram inimigos naturais dos Undeads e, apesar de não ter havido um confronto sério entre as duas raças desde que ele se lembrava, eram criaturas a serem evitadas. Apesar de toda a consciencia intelectual do perigo, algo o atraia para perto daquela criatura iluminada pela luz da vida que dela emanava. Como se estivesse enfeitiçado, desmor se aproximou da dragonesa tornando-se o alvo de um numero infindavel de perguntas e comentarios. Ele tinha encontrado uma dragonesa do Latão...Logo os dois entabularam uma conversa que parecia mais um monologo do que um dialogo, ela falava horas a fio e ele, fascinado, escutava. As horas foram se passando, o sol da manhã despontou e a noite voltou a cobrir o céu Drakness Fall com seu pesado manto; ele tinha que voltar para o castelo. Desmor despede-se de sua nova amiga, esperando no fundo vê-la novamente. No dia seguinte ele fazia o mesmo caminho, e dizia para si mesmo que nao era na esperanca de ver a dragonesa, quando olha para a caverna e ve, ao invés de um dragão, uma moça bem jovem. Uma linda mocinha com imensos e brilhantes olhos azuis. Não leva muito tempo para perceber o que acontecera, com seu poder de trasmutação Ianthe, esse era o nome dela, havia tomado sua forma humana para apresentar-se a ele.
Dias transformaram-se em semanas, semanas tornaram-se meses e Darkness Fall habituou-se a ver aqueles dois sempre juntos ela falando muito e ele escutando atentamente. O impossível finalmente acontecera, ele, um Necromante, havia se apaixonado por um membro do clã inimigo dos Dragões. A princîpio os Dragões viram com reservas e preocupação essa amizade. O que estaria querendo um necromante no meio dos dragões? Que segredos teria ele vindo espionar? Com o tempo porém viram algo que ninguém, em sã consciencia, poderia ter imaginado: a jovem dragonesa e o necromante estavam perdidamente apaixonados. Desmor cada vez mais se aproximava dos dragões e, em contrapartida, se afastava dos seus. Secretamente usando seus poderes de magia negra aprendidos, e apelando para os poderes dos magos, ele foi se preparando para se transformar em um dragão. Tendo sido aceito por eles desmor cada vez se sentia mais confortavel na companhia daquelas criaturas incríveis, em poder e majestade.
O inevitavel finalmente aconteceu e foi chegado o dia em que desmor iria abandonar para sempre o convivio dos Undeads e se juntar para sempre ao Clã do Dragões. Tudo correra as mil maravilhas quando no dia seguinte desmor passou a receber mensagens telepaticas dos Undeads avisando-o que se ele não voltasse atras em sua decisão seria caçado e morto pelos necromantes. Em estado de apreensão desmor comenta com Ianthe o ocorrido. Ela recomenda-lhe cautela pois os Undeads sempre foram famosos por sua intolerancia e capacidade de retaliação. Era necessário agir com muita cautela pois ele ainda não havia se transformado totalmente em dragão. Os dois jovens, com medo do que poderia acontecer, não comentaram nada, sobre as ameaças dos Undeads, com o resto do clã.
Mal sabia desmor que, ao esconder dos Dragões, as ameaças feitas pelos necromantes selaria para sempre o seu destino. Estava para começar uma aventura de vida e morte, amor e odio, coragem e sacrificios, feita do material com o qual são escritas as grandes lendas e de onde nascem os verdadeiros herois.

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